O mito do mercado sem Estado

Por que mercados dependem de instituições políticas

Introdução

Crédito da imagem principal: Etienne Martin (Unsplash)

É comum ouvir que o mercado é uma força natural, espontânea, que surge da livre troca entre indivíduos, enquanto o Estado aparece depois, como uma interferência externa que regula, tributa ou distorce esse processo. Essa narrativa é atraente, simples e amplamente difundida — mas é historicamente falsa.

Ao longo da história, não há mercado funcional sem Estado — assim como não há Estado minimamente estável sem algum tipo de mercado. A relação entre ambos não é de oposição absoluta, mas de interdependência estrutural. Onde essa relação é mal compreendida, surgem mitos econômicos que dificultam a compreensão do desenvolvimento, da prosperidade e do fracasso das sociedades.

Este artigo parte de uma tese central: o mercado não nasce sozinho. Antes da troca contínua, previsível e expansível, existe sempre uma estrutura política capaz de garantir regras, confiança e estabilidade.

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O que sustenta uma civilização?

Como poder, símbolos e estética moldam a longevidade das civilizações

Introdução

O que faz uma civilização durar séculos enquanto outras, mesmo ricas e poderosas, desaparecem em poucas gerações? Essa é uma pergunta que atravessa a história e continua atual, sobretudo em um mundo onde Estados surgem, crescem e entram em crise de forma cada vez mais acelerada.

É comum associar a longevidade de uma civilização à sua força militar ou à sua prosperidade econômica. No entanto, a história mostra que nem exércitos poderosos, nem riquezas abundantes garantem, por si só, a permanência de um povo ou de um Estado ao longo do tempo. Muitos impérios caíram no auge de seu poder material.

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